terça-feira, 28 de junho de 2016
SKYNET Não Faz Buzinaço - Tecnologia #42
A Google publicou seu mais recente relatório mensal sobre as peripécias de seu carro autônomo, e, ao que parece, ele inclui uma nota curiosa sobre o uso apropriado da buzina. Sob uma seção intitulada "Abaixo a tirania da buzina", os engenheiros responsáveis pelos futurísticos veículos explicam suas tentativas de ensinar aos carros autônomos que eles devem buzinar de maneira educada, e só quando necessário.
"O ato humano de buzinar pode ter um valor artístico performático, mas nossos carros autônomos devem ser educados, compreensivos, e só buzinar quando isso for tornar o trânsito mais seguro para todos," notam eles, para logo depois explicar que o trabalho para melhorar os assim chamados "algoritmos de buzina" é contínuo.
O carro autônomo da Google, falando em termos gerais, está indo muito bem, obrigado. Fora uma colisão incrivelmente lenta com um ônibus, e ter tido que desviar bruscamente de uma mulher que atravessava a rua numa cadeira de rodas e que espantava um pato com uma vassoura, não houve grandes incidentes que pudessem atrapalhar o desenvolvimento do programa.
Conforme diz o relatório, os carros autônomos já dirigiram sozinhos por 2.64 milhões de quilômetros (ou 1.64 milhões de milhas) desde 2009. Funções avançadas vêm sendo incluídas aos poucos, e o alcance dos veículos foi expandido para além do local de testes original, em Mountain View, Califórnia, e passou a incluir Austin (Texas), Phoenix (Arizona) e Kirkland (Estado de Washington).
A mais nova função se refere ao uso autônomo da buzina do veículo, ao qual foi permitido usá-la se seu software visual de 360º julgar que existe uma ameaça confirmada ou potencial que o uso da buzina poderia aliviar. Por exemplo, ele daria um pequeno toque ao sair de ré de um ponto cego.
Inicialmente, os passageiros dentro do carro tomavam notas sobre se os usos da buzina eram, de fato, apropriados, sendo que o som era mantido dentro do veículo. Ou seja, neste estágio, motoristas em outros carros não ouviam os toques do carro da Google, para o caso de ele repentinamente começar a buzinar desenfreadamente e fazer os passageiros rirem ou se irritarem ao ponto de perder o foco.
Uma vez que, aparentemente, a etiqueta de buzina do carro melhorou rapidamente, os engenheiros permitiram que o som fosse transmitido para o mundo exterior. Até agora, não parece ter havido casos de "road rage" ou de usos altamente incorretos da buzina. O carro é até capaz de usar vários tipos de toques, dependendo do que a situação em volta exigir.
Longe do uso frequente dado pelos humanos, que um artigo de 1983 chama de "instrumento de tortura", os carros autônomos da Google dificilmente perderão a mão e começarão a usar a buzina com intenções maliciosas. Ou seja, não só a crescente frota de veículos automatizados será teoricamente capaz de salvar até 35.000 vidas todo ano ao tirar o controle das mãos dos imprudentes humanos, como cada um desses curiosos carrinhos, de quebra, ainda será perfeitamente educados e corteses.
Artigo Original: Google's Self-Driving Car Now Knows When To Honk Its Horn
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