segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O Dobro da Wi-Fi por 10.000x Menos - Tecno-Segunda #41


A Wi-Fi está em todo lugar hoje em dia, nos fornecendo acesso remoto e sem fio à internet sem o risco de ficarmos tropeçando em cabos toda hora. No entanto, ela consome muita energia, e esvazia a bateria dos dispositivos conectados com uma rapidez incrível. Felizmente, uma equipe de engenheiros da Universidade de Washington está vindo para nos salvar: eles demonstraram uma técnica que permite que um sinal Wi-Fi seja gerado gastando 10.000 vezes menos energia que o normal.

Essa nova "Wi-Fi Passiva" também consome 1.000 vezes menos energia que o Bluetooth. Na verdade, comparada aos métodos tradicionais, esta revolucionária tecnologia praticamente não usa energia nenhuma. Apesar de, atualmente, só transmitir dados a, no máximo, 11 megabits por segundo - bem menos que as Wi-Fis mais rápidas - ela ainda consegue ser 11 vezes mais rápida que o Bluetooth.

Essa prova de conceito se baseia em uma técnica chamada de "backscattering de Wi-Fi", através do qual o sinal transmitido entre um roteador sem fio e qualquer dispositivo receptor pode ser manipulado. Pesquisas anteriores na UW demonstraram que equipamentos de baixa energia podem ser usados para refletir e "distorcer" o sinal, codificando-o enquanto ele é transmitido. Daí, o dispositivo conectado receberia essas novas distorções como dados novos.

A Wi-Fi Passiva é uma evolução dessa técnica. Primeiro, uma conexão com a internet é feita com um único roteador conectado, que envia um sinal de Wi-Fi, como costuma ser feito. Então, uma rede de sensores remotos Passivos refletem e absorvem esse sinal, criando múltiplos canais de dados que podem ser "quicados" para vários aparelhos receptores.

Tradicionalmente, todos esses dispositivos estariam conectados ao roteador, o que causaria um gasto muito grande de energia. Com a Wi-Fi Passiva, quase toda a energia é usada pelo roteador para gerar o sinal inicial; tudo que os sensores fazem é enviar e receber o sinal, coisa que praticamente não requer energia.


"Nossos sensores podem se comunicar com qualquer roteador, tablet ou outro aparelho eletrônico com um chipset para Wi-Fi," disse Bryce Kellogg, doutorando em Engenharia Elétrica na UW e co-autor da pesquisa. "O mais legal é que todos esses dispositivos podem decodificar os pacotes de Wi-Fi que criamos com as reflexões, então não é necessário usar equipamento especializado."

Esse sistema de Wi-Fi de baixa energia significa que dispositivos de todos os tamanhos e formas podem ser conectados à internet por períodos longos de tempo, com um custo energético desprezível. Um futuro cheio de aparelhos interconectados e, essencialmente, sem necessidade de energia é parte do conceito chamado de "Internet das Coisas." Imagine uma série de sensores que detectam mudanças de luz, calor, movimento, barulho ou qualidade do ar, para depois transmitir esses dados para outros aparelhos dentro da casa sem ter sua energia drenada pela Wi-Fi.

Alguns desses sensores já praticamente não precisam de alimentação. Um minúsculo sensor de temperatura que foi inventado ano passado se alimenta das ondas de rádio enviadas da rede Wi-Fi que ele usa para enviar suas informações. A combinação disso com a Wi-Fi Passiva pode levar a uma nova geração de redes de comunicação de baixíssima energia.

Fonte: IFLScience

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