quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

#occupypripoteca - Quarta Científica #40


Os sons humanos transmitem emoções de maneira mais clara e mais rápida do que as palavras. O Cérebro prefere usar sistemas/estruturas "mais velhos" para processar emoções expressas por vocalizações.

Demora apenas um décimo de segundo para nossos cérebros começarem a reconhecer emoções externadas por vocalizações, de acordo com pesquisadores da Universidade McGill. Sejam elas grunhidos de raiva, risos felizes ou choros de tristeza, não faz diferença. E, mais importante ainda, os pesquisadores também descobriram que nós prestamos mais atenção em emoções (tal como felicidade, tristeza ou raiva) transmitidas por vocalizações do que nas transmitidas por palavras.

Os pesquisadores acreditam que a velocidade com a qual o cérebro "rotula" essas vocalizações e a preferência dada a elas sobre a linguagem, se deve ao papel potencialmente crucial que a decodificação de sons vocais teve na sobrevivência humana.

"A identificação de vocalizações emotivas depende de sistemas no cérebro que são, em termos evolucionários, mais antigos," diz Marc Pell, Diretor da Escola McGill de Ciências e Distúrbios de Comunicação e autor-chefe do estudo recentemente publicado na revista Biological Psychology. "Por outro lado, compreender emoções expressas em linguagem falada requer sistemas cerebrais mais recentes, que evoluíram junto com a linguagem humana."

Sobre grunhidos e frases sem sentido


Os pesquisadores estavam interessados em descobrir se o cérebro responderia de forma diferente a emoções expressas por vocalizações (sons como grunhidos, risos ou soluços, sem o emprego de palavras) e por linguagem falada. Eles se focaram em três emoções básicas, raiva, tristeza e felicidade e testaram 24 participantes tocando uma mistura aleatória de vocalizações e frases sem sentido, por exemplo "os valitres entraram na pripoteca", ditas com intenções emocionais diferentes. (Os pesquisadores usaram frases sem sentido para evitar traços linguísticos que denotassem emoções.) Eles pediram que os participantes identificassem quais emoções os interlocutores estavam tentando comunicar e usaram uma máquina de eletroencefalograma para gravar como o cérebro respondia e a que velocidade na medida que os participantes ouviam os diferentes tipos de sons emotivos.

Eles foram capazes de medir:


1- a resposta do cérebro, com precisão de milissegundos, a emoções vocalizadas em comparação à linguagem falada;

2- se certas emoções são reconhecidas com mais rapidez do que outras e produzem respostas cerebrais maiores; e

3 - se pessoas que se sentem ansiosas possuem uma sensibilidade maior a vozes emocionadas, com base na intensidade da resposta do cérebro.

A raiva deixa rastros maiores -- especialmente em pessoas ansiosas


Os pesquisadores descobriram que os participantes foram capazes de detectar vocalizações de felicidade (riso) com uma rapidez maior do que os sons que transmitiam raiva ou tristeza. Mas, curiosamente, também foi descoberto que sons e frases raivosos produziram uma atividade cerebral que durou mais do que as outras duas, o que sugere que o cérebro presta mais atenção a sinais de raiva.

"Nossos dados indicam que os espectadores monitoram vozes irritadas por mais tempo, independente da forma em que elas estejam, para entender a existência de eventos potencialmente prejudiciais," disse Pell.

Os pesquisadores também descobriram que indivíduos mais ansiosos respondem a vozes emotivas em geral com maior rapidez e intensidade do que pessoas menos ansiosas.

"Vocalizações aparentemente possuem a vantagem de transmitir informação de maneira mais imediata do que a fala," diz Pell. "Nossas descobertas são consistentes com estudos feitos em primatas não-humanos que sugerem que o sistema neural prefere vocalizações próprias de uma espécie contra outros sons."

Fonte: ScienceDaily

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