segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Dê-me A Visão Além do Alcance! - Tecno-Segunda #39


Parece coisa de um filme de James Bond: ser capaz de acompanhar o movimento de um objeto através de uma parede. E é exatamente isso que os cientistas conseguiram fazer. Uma equipe da Universidade Heriot-Watt em Edimburgo desenvolveu uma câmera que registra fótons individuais, o que permite a visualização de objetos fora do campo de visão.

"O sistema funciona mandando luz da câmera para o objeto ou pessoa oculta, e a recebendo de volta," explica Genevieve Gariepy, uma das autoras do artigo publicado na Nature Photonics. "Ao medir o tempo que a luz demora para voltar para a câmera, sabemos a que distância o objeto está. E ao gravar o formato do 'eco' de laser, sabemos de que direção ele está vindo. A câmera só precisa de um segundo para gravar tudo isso, então se o objeto estiver se movendo, podemos acompanhá-lo."


Estudos anteriores mostraram que é possível identificar objetos ocultos, mas esses métodos precisam de tempo para receber e decodificar toda a informação, o que limita a capacidade da câmera de seguir objetos em movimento. Por outro lado, essa nova técnica recebe informação suficiente para descobrir a posição do objeto em apenas um segundo, permitindo que a equipe rastreie objetos ocultos enquanto eles se movimentam em tempo real.

A câmera utilizada é um equipamento altamente especializado, do tipo que você não encontra no shopping do centro. Capaz de registrar a posição de um fóton individual, ela grava a absurdos 20 bilhões de quadros por segundo. Isso permite que os pesquisadores a coloquem perto da esquina além da qual eles queiram ver e projetem um simples raio laser no chão perto da dobra. Isso produz um "eco" de fótons que se espalha ao redor do ponto em que o laser atinge o chão.

Quando os fótons atingem o objeto oculto, o bonequinho de espuma do vídeo acima, eles quicam de volta e entram no campo de visão da câmera. Esse padrão de fótons voltando que a câmera mede. Mas só isso não permite que o objeto seja identificado - já que uma parede sólida também reflete os fótons - mas se o objeto em questão estiver se movendo, então a câmera pode gravar as mudanças detectadas no padrão.

Isso funciona de um jeito diferente dos métodos anteriores, que tentaram construir imagens em 3D de objetos estáticos fora da linha de visada, o que exigia um período de tempo maior para formar a imagem. O foco desse novo estudo é rastrear o movimento de um objeto, não necessariamente identificar o que ele é.

Os pesquisadores esperam que essa tecnologia possa ser usada em zonas devastadas, onde ir ao chão possa ser perigoso demais, ou mesmo em veículos automotores, para expandir sua linha de visão. "Nós já conseguimos aumentar a distância na qual o sistema de câmera funciona para vários metros," disse Daniele Faccio, chefe do estudo, "Também estamos pensando em métodos para tentar a reconstrução em 3D dos objetos capturados pela câmera."

Fonte: IFLScience

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