quarta-feira, 29 de julho de 2015

Isso Aí, Ciência P*rra! - Quarta Científica #21



Em um mundo ideal, nós seríamos capazes de perder peso sem as sessões suadas e extenuantes de exercício físico. Um grupo de pesquisadores que desenvolveu uma molécula que imita os efeitos do exercício sugerem que isso não seja mais tão irreal assim.

No estudo, publicado na revista Chemistry and Biology, os pesquisadores descrevem uma nova molécula - batizada de "composto 14" - que tem o potencial de ajudar no tratamento de pacientes obesos e diabéticos tipo-2. O composto 14, malandramente, é capaz de enganar o corpo e fazê-lo achar que está sem energia.

A molécula faz isso primeiro inibindo a função da ATIC, uma enzima celular que atua no processo metabolico. Essa inibição faz com que outra molécula, a ZMP, se acumule nas células. Esse acúmulo faz a célula pensar que está ficando sem energia. O sensor central de energia da célula, o AMPK, é ativado, o que estimula o aumento do consumo de glicose e da taxa metabólica para compensar a suposta falta de energia. Geralmente, é isso que acontece quando fazemos exercício.

Os pesquisadores testaram a molécula em dois grupos de ratos; um deles recebeu uma dieta normal, o outro uma de alta caloria, para que ganhassem peso e perdessem tolerância a glicose, que é um dos primeiros sintomas de diabetes.

"Estudos anteriores mostram evidências de que se fosse possível ativar seletivamente o AMPK com uma molécula pequena, haveria potencial para o tratamento de várias doenças, inclusive diabetes tipo 2, já que a molécula agiria como um mimético de exercícios físicos e aumentaria o uso de glicose e oxigênio nas células," disse Ali Tavassoli, professor de bioquímica da Universidade de Southampton.

Os pesquisadores se animaram com os resultados, já que o composto 14 se mostrou capaz de "aumentar a tolerância a glicose e reduzir seu níveis no sangue," notou o estudo. O peso e os níveis de glicose continuaram normais nos ratos com dietas normais que receberam o composto 14. Nos ratos obesos, o composto reduziu a glicose elevada para mais perto dos valores normais.


A equipe administrou a molécula todo dia durante sete dias, e descobriram que os ratos obesos perderam cerca de 5% de seu peso corporal. Enquanto isso, o composto não teve muito efeito no peso dos ratos em dietas normais.

"Essa seletividade pelos ratos obesos provavelmente vem do funcionamento do composto e o caminho celular em que a molécula atua. Posto de maneira simples, as células nos ratos obesos tinham muito mais 'potencial oculto' de terem o metabolismo regulado do que as células dos ratos normais," disse Tavassoli ao I F*cking Love Science.

Apesar de uma "pílula de malhação" ainda não estar em vista, os cientistas acreditam que o composto 14 possa ter um papel importante na luta contra a obesidade e a diabetes tipo 2. Eles mencionam estudos anteriores que mostram que a ativação seletiva do AMPK pode ter vários benefícios terapêuticos em potencial.

Os pesquisadores esperam desenvolver o composto 14 e analizar seus efeitos de longo prazo. Atualmente, nos Estados Unidos, mais de um terço da população adulta (78.6 milhões) é obeso e 29.1 milhões tem diabetes. A diabetes tipo 2 constitui de 90% a 95% de todos os casos diagnosticados.

O que mais dizer, além de...

Créditos: Rapmaster


Fonte: IFLScience

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