segunda-feira, 9 de março de 2015

Pilotar um Jato Com o Poder da Mente Ainda Deve Ser Mais Fácil Que Voar no Battlefield - Tecno-segunda #5


Créditos da Imagem: en.wikipedia.org

Uma das coisas mais legais sobre a ciência é como ela é boa em nos fazer dizer "Uau". Alguns meses atrás, nós compartilhamos a incrível história de uma mulher tetraplégica que conseguiu comandar um braço robótico com o pensamento, graças a uma inovadora interface cérebro-máquina e um projeto experimental de robótica da DARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa). E agora, a mesma mulher nos deixou estupefatos de novo ao usar sua mente para controlar um jato F-35 em um simulador. Esse avanço recente foi divulgado pela diretora da DARPA Arati Prabhakar na Conferência Sobre o Futuro da Guerra da New America Foundation.

Jan Scheuermann, 52 anos, mãe de dois filhos, tem uma doença neurodegenerativa que, infelizmente, a deixou paralisada do pescoço para baixo em 2003. Quase uma década mais tarde, Scheuermann foi voluntária para um teste pioneiro da universidade de Pittsburgh, em que cirurgiões implantaram duas pequenas grades de eletrodos em seu cérebro. Eles foram posicionados especificamente nas áreas do córtex motor esquerdo responsáveis pelo controle do braço e da perna direitos.

Depois de ter os padrões de atividade cerebral mapeados a pensamentos sobre movimentos específicos, Scheuermann eventualmente foi capaz de controlar um braço robótico usando apenas a mente. Ela se tornou surpreendentemente habilidosa no uso do braço e logo podia mover objetos, pegar uma barra de chocolate para comer e até dar high-fives.

O mais interessante é que Scheuermann foi capaz de controlar tanto a prótese da mão direita quanto a da esquerda. Como foi mencionado pelo Washington Post, isso surpreende pelo fato dos chips estarem implantados em seu córtex esquerdo, que costuma ser responsável pelo movimento do lado direito do corpo.



Uma vez que Scheuermann recebeu tão bem os implantes, a DARPA ficou feliz em estender a sua participação no projeto. Mas, de acordo com Prabhakar, ela quis tentar algo novo e mais desafiador. E esse desafio acabou sendo o simulador do mais novo jato de combate do Pentágono, o F-35 Joint Strike Fighter. É claro que os líderes do projeto aceitaram e, para alguém que nunca sentou em um cockpit na vida, ela foi muito bem.

Prabhakar aponta que, ao invés de pensar no manche de controle, que é o que os pilotos fazem no treinamento, Jan pensou em controlá-lo diretamente. "Como alguém que nunca voou antes - ela não é piloto na vida real - ela está operando o simulador diretamente pelos sinais do cérebro," Prabhakar disse.

No mínimo do mínimo, esse sistema revolucionário serve para demonstrar onde a tecnologia e o nosso conhecimento do cérebro e do sistema nervoso chegaram. Mas quem sabe quais portas eles podem abrir no futuro para pessoas que sofrem de paralisia. Infelizmente, a tecnologia não está nem perto de estar pronta para uso em larga escala, então vai demorar para a vermos ajudando os outros. Mas, se chegarmos nesse ponto, Prabhakar lembra que existem questões éticas a considerar.

"Fazendo essa pesquisa, nós abrimos essa porta," disse ela. "Agora podemos ver um futuro onde é possível libertar o cérebro das limitações do corpo humano. Todos podemos imaginar quantas coisas incríveis, boas e ruins, existem do outro lado dessa porta."

Fonte: IFLScience

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