quarta-feira, 6 de maio de 2015

Os Anos De CoD Estão Chegando - Quarta Científica #13


Parece coisa de filme: Uma explosão joga um soldado ao chão. Por fora, ele está bem, mas por dentro, está com hemorragia e se esvaindo em sangue. Um médico chega ao local e imediatamente aplica uma injeção de nanopartículas que se dirigem ao sangramento e ajudam o sangue a coagular, salvando a vida do soldado. Essa cena pode deixar de ser ficção logo logo.

Um time da Virginia Tech e da Universidade Case Western Reserve ampliou pesquisas anteriores para criar nanopartículas coagulantes que conseguem levar medicamentos diretamente ao local do ferimento, iniciando o tratamento antes mesmo do paciente sair do campo de batalha ou do local do acidente.

Ferimentos de explosão, seja por causa da onda de choque, de estilhaços ou do impacto com o chão, são a causa de 79% dos ferimentos em combate, causando hemorragias no cérebro, nos pulmões, no fígado e em outros órgãos. De acordo com os pesquisadores, eles começaram essa pesquisa porque "é horrível não haver um tratamento para hemorragia interna."

"O mais legal das nanopartículas é que você pode criá-la com o propósito de ir até seu alvo" disse Pamela VandeVord, pesquisadora da Virginia Tech, ao Student Science. Assim que elas são injetadas, as partículas entram na corrente sanguínea, onde elas vão atrás das plaquetas, as células responsáveis pela coagulação. Quando encontram uma, uma camada química em volta da nanopartícula adere à plaqueta, fundindo as duas.

Pesquisas feitas anteriormente já tinham demonstrado como esse procedimento de juntar plaquetas e nanopartículas aumentava a taxa de sobrevivência a explosões de 60% para incríveis 95%. Essa nova pesquisa, publicada na revista ACS Macro Letters, mostra que o benefício das nanopartículas pode ser ainda maior se elas forem carregadas com esteróides anti-inflamatórios. Após chegar ao local do trauma, as nanopartículas se desfazem naturalmente, liberando o medicamento diretamente no local.

Anteriormente, o grupo constatou que a sobrevivência dependia muito do dano pulmonar, e que, ao reduzir o sangramento nos pulmões, as partículas contribuíam muito para a recuperação. Dessa vez, os resultados foram parecidos: Imediatamente após o ferimento, as nanopartículas ajudaram a restaurar o funcionamento dos pulmões dos ratos feridos, e após uma semana eles ainda estavam se recuperando melhor que os animais que não receberam o tratamento.

Esses resultados impressionantes seriam úteis até mesmo fora das zonas de guerra. Sendo hemorragias internas a causa de morte mais comum entre pessoas na faixa de 5 a 44 anos nos Estados Unidos, os pesquisadores torcem para que as injeções de nanopartículas ajudem pessoas feridas em situações mais cotidianas, como acidentes de trânsito.

Imagem: MemeDroid

Fonte: IFLScience

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