quinta-feira, 18 de junho de 2015

Estaria a Humanidade Pronta Para o Poder do Reembolso? - Quinta Jogando #17


Eu já vinha acompanhando o MMO experimental Wander há algum tempo antes de seu lançamento ontem [08/06/2015]. Tinha ouvido bem dos testadores e de quem tinha jogado em alguma convenção, então eu resolvi experimentá-lo e comprei na Steam. Me dói admitir, já que o jogo tem muito potencial e os desenvolvedores parecem muito gente boa, mas Wander não está pronto para sair do forno. Os trinta minutos pelos quais eu me esforcei para jogar foram uma comédia de erros que variavam de carregamentos dolorosamente lerdos e bugs me prendendo em cada pedra do caminho até os próprios controles não respondendo.

A minha sorte é que a Steam acabou de adotar uma política de reembolso. Se você jogar um jogo por menos de duas horas até duas semanas depois da compra e decidir, por qual razão que seja, que não é a sua praia, você pode pedir um reembolso. Eles até devolvem o dinheiro pelo método que você pagou, ao invés de simplesmente jogá-lo na sua Carteira Steam. Eu decidi fazer uso dessa oferta e deixar para comprar Wander novamente mais tarde, caso os desenvolvedores consigam torná-lo jogável. E eu não sou a única. Os fóruns do jogo estão abarrotados de compradores desgostosos com o estado inicial do jogo e pedindo reembolsos.

Só que há um problema aí. Wander também foi lançado para PlayStation 4 e, dizem as más línguas, que o estado é ainda pior no console. Na teoria, os processos de certificação dos consoles deveriam proteger os clientes de jogos bugados e que mal funcionam, mas Wander parece ter escapado da malha fina. E qual é a resposta da Sony para esse tipo de situação? O FAQ de reembolso deles simplesmente se rende. Não existe categoria "Esse jogo tem tanto bug que não dá para jogar" e a categoria "Eu não gostei do jogo" se resume a "problema seu, assine a PlayStation Plus para testar jogos de graça".

Aparentemente os donos insatisfeitos de uma cópia de Wander em PS4 vão ter que cruzar os dedos e torcer para que o jogo seja consertado. Esse tipo de coisa é um problema no mundo dos videogames desde que o mundo é mundo. Tudo (até mesmo cópias físicas, graças aos revendedores) é o consumidor que tem que tomar cuidado, nada de reembolso. Wander não é um jogo com preço de AAA, mas mesmo assim, será que não era interessante ter sistemas na PlayStation Store, no Xbox Live Marketplace e na Nintendo eShop para os consumidores devolverem jogos que simplesmente não funcionam?


Se todo mundo oferecesse uma política de reembolso como a Steam, talvez testemunhássemos o surgimento de benefícios além da pura e simples satisfação do consumidor. Inúmeros jogos possuem tutoriais obrigatórios, entediantes e malfeitos. Se houvesse o risco de centenas de pedidos de reembolso por causa de más primeiras impressões, pode ser que as sequências de abertura se tornassem bem mais interessantes, ou pelo menos que os tutoriais voltassem a ser opcionais. Outra coisa que políticas assim talvez inspirassem os desenvolvedores a não lançar um jogo em condições prrecarias só porque ele pode ser atualizados mais tarde. Os gamers já estão até a tampa com esse tipo de coisa, e fazer doer na conta bancária dos criadores é um ótimo jeito de incentivar um pouco de zelo a mais.

Fonte: CheatCC

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