segunda-feira, 22 de junho de 2015

A Skynet Está Um Pouco Mais Próxima. E Ela Tem Uma Alma Sensível - Tecno-Segunda #19



[Se precisarem de mim, estarei cavando meu bunker nuclear. P.T. Saudações]

Engenheiros de software da Google vêm analizando os "sonhos" de seus computadores. E, ao que parece, andróides sonham sim com ovelhas elétricas... e porcos-lesmas, pássaros-camelos e peixes-cães.

Essa conclusão foi obtida após um teste da capacidade dos servidores da Google de reconhecerem e criarem imagens de objetos do cotidiano, como bananas e copos de medida. O resultado são obras de arte incríveis que parecem o resultado de uma noite de amor entre Escher e Salvador Dali.


E qual, afinal, é o objetivo por trás da criação dessas imagens bizarras? Só medir o potencial artístico da futura Skynet, ou existe uma razão científica? Ao que tudo indica, é, sim, pela ciência: a Google quer saber o quão bem seus computadores estão aprendendo.

A rede neural artificial da Google é como um cérebro de computador, inspirado pelo sistema nervoso central de animais. Quando os engenheiros lhe mostram uma imagem, a primeira camada de "neurônios" olha para ela. Essa camada, então, "conversa" com a camada seguinte, que tenta processar a imagem. Isso se repete de dez a vinte vezes, com cada camada identificando características-chave e isolando-as até que a rede entenda o que a imagem é. Ela então diz qual foi a conclusão a qual ela, árduamente, chegou, às vezes falhando espetacularmente. E esse é o processo por trás do reconhecimento de imagens.

A equipe da Google percebeu, então, que eles podiam fazer o processo ao contrário. Eles deram um objeto para a rede neural e pediram que ela criasse uma imagem dele. O computador, então, tenta associá-lo a características específicas. Quando queremos a imagem de um garfo, o computador deve concluir que um garfo é feito de dois a quatro dentes e um cabo. Mas aspectos como tamanho, cor e orientação não são tão importantes. As imagens acima foram criadas para medir a capacidade do computador de entender esse tipo de distinção.

Às vezes, as imagens não são bem o que se espera... por exemplo, veja essas imagens de um peso de musculação:


Talvez tenha dado para notar que nenhum peso gerado pelo computador está completo sem um braço musculoso. Ele pode estar errado em pensar que todo peso vem com um braço humano de brinde, mas dá para entender o motivo. Se você pesquisar "peso de musculação" na Google, quase todas as imagens terão um fisiculturista presente. Portanto, para o computador, uma das características-chave de um peso é o braço que o levanta.

Os computadores têm a habilidade de ver imagens em objetos de modos que os maiores artistas nem sonham em reproduzir. Eles veem prédios em nuvens, templos em árvores e pássaros em folhas.

Palavras da imagem prejudicadas pelo plano de fundo (Da esquerda para a direita): Horizonte, Árvores, Folhas, Torres & Pagodes, Prédios, Pássaros & Insetos. 

Elementos altamente detalhados parecem aparecer do nada. Essa imagem processada do céu prova que a rede neural da Google é a campeã suprema de achar formas em nuvens.



Essa técnica de criar imagens onde não existe nenhuma, é, muito apropriadamente, chamada de "incepcionismo". Existe uma galeria incepcionista onde é possível ver as obras de arte do computador.

Finalmente, os engenheiros deram passe livre para a mente criativa da rede neural. As peças finalizadas são lindos quadros derivados de uma mente mecânica - que os envolvidos estão chamando de "sonhos". A "tela" foi uma imagem cheia de ruído branco. O computador interpretou padrões do ruído e criou mundos de sonho: imagens que só poderiam vir de uma imaginação infinita.



Fonte: IFLScience

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