segunda-feira, 15 de junho de 2015
Lanterna de Papel Versão Século XXI - Tecno-Segunda #18
Pássaros e aviões de papel estão prestes a ganhar um amigo novo e chocante: uma bateria de origami. O nome soa como um brinquedo antiestresse para engenheiros mas, muito embora possa aliviar a ansiedade de muita gente, ela é principalmente um jeito barato e fácil de levar energia elétrica a lugares remotos.
A bateria dobrável funciona com uma substância que não falta em lugar nenhum: água suja. Qualquer líquido que contenha bactérias, geralmente água mesmo, contém energia suficiente para alimentá-la. "Água suja tem muita matéria orgânica", disse Seokheun "Sean" Choi da Universidade de Binghamton. "Qualquer tipo de material orgânico pode ser fonte de bactérias para usar no metabolismo."
Carregar baterias até lugares remotos e depois descartá-las com segurança costuma ser uma dor de cabeça sem as ferramentas certas. Por isso, essa tecnologia de papel vai ser especialmente útil para cientistas que operam em áreas remotas. "Papel é barato e biodegradável," disse Choi. "E não precisamos de bombas nem de seringas porque o papel absorve a solução com a força capilar."
Outra grande vantagem dessa bateria que ela custa incríveis cinco centavos para fabricar. Quando dobrada, tem o tamanho de uma caixa de fósforos e pode ser feita com papel sulfite. Para torná-lo condutor, um dos lados (o polo negativo, ou cátodo) é borrifado com um spray a base de níquel e o outro, com tinta de carbono, criando o lado positivo, ou ânodo.
A bateria não tem força o bastante para carregar, digamos, um celular. Ela é mais indicada para usos de baixa-energia (tipo, microwatts), como biosensores e LEDs. No momento, esses sensores de papel têm que ser combinados com outros aparelhos para fazer análises, mas Choi sonha com um dia em que as baterias de origami produzam energia o bastante para alimentar o sensor inteiro sozinhas. Todas essas propriedades tornam a nova tecnologia muito atraente para quem atua nas áreas de prevenção e controle de doenças, ainda mais no hemisfério sul.
A criação da bateria foi realmente uma lâmpada se acendendo na mente de Choi: "Eu liguei quatro baterias em série e um LED pequenininho acendeu" Disse ele. "Naquele momento, eu sabia que tinha conseguido." Chocante.
Ainda vai demorar para que as baterias alimentem cidades, mas esse é um primeiro passo em um empolgante mundo de circuitos flexíveis.
Fonte: IFLScience
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