quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Apresentando O Cerol do Bem - Quarta Científica #24


Já aconteceu com todo mundo: está um dia de sol forte e você, desavisadamente, encosta em uma superfície de metal que está insuportavelmente quente. Mas agora, um novo estudo encontrou um jeito de impedir que o metal esquente tanto com a luz do sol.

Uma equipe do Laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins (JHUAPL, na sigla em inglês) desenvolveu uma tinta baseada em vidro que reflete toda a luz do sol, mantendo superfícies metálicas relativamente frias. O vidro, que é feito de sílica, sozinho é muito frágil, então o pesquisador Jason Benkoski do JHUAPL e sua equipe criou uma versão inorgânica do silicato de potássion que seca quando é aspergido em uma superfície. A pesquisa foi apresentada no domingo, 16 de agosto de 2015, em uma reunião da Sociedade Americana de Química (ACS) em Boston.

Para criar o spray refletor, plastificantes, agentes gellificantes e substâncias insolúveis em água foram adicionadas ao silicato. Isso criou uma cobertura de espuma grossa e resistente a água que não só se adere a metais como alumínio, mas também refletem a luz do sol. O composto inorgânico parece ser estável o bastante para manter sua eficácia por centenas de anos, disse Benkoski. Aparentemente também é capaz de se expandir e contrair sem rachar. E mais, os materiais necessários para criá-lo não só são abundantes como são baratos.

Qualquer superfície recoberta com a tinta vai permanecer à temperatura ambiente, talvez até um pouco menos, já que ela não absorve nenhum raio do Sol. Isso significa que objetos externos como bancos de praças e escorregadores poderiam receber aplicações do spray e continuar em temperaturas seguras. Ainda por cima, depois que o produto é aplicado, ele não pode ser removido; ele não é nem solúvel em água, portanto é imune a chuva.


"A maioria das tintas que se usa em carros e casas são feitas de polímeros, que se degradam com os raios ultravioleta do Sol", disse Benkoski. "Então, ao longo do tempo, a tinta começa a amarelar e descascar. Polímeros também podem exalar compostos orgânicos voláteis, que causam mal ao ambiente. É por isso que eu quis me afastar das tintas tradicionais de polímeros e me voltar para as inorgânicas de vidro."

A equipe foi financiada, em parte, pelo Escritório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos, para que desenvolvessem a tinta para uso em navios, mas ela possui muitos outros usos, como bancos de praça e até telhados. "Seria interessante pintar seu telhado com essa tinta para manter fora o calor e diminuir a conta de energia durante o verão", adicionou Benkoski.

A equipe espera começar testes práticos na tinta em cerca de dois anos.

Fonte: IFLScience

Nenhum comentário:

Postar um comentário