segunda-feira, 17 de agosto de 2015

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Um robô sozinho em um laboratório ganhou alguns blocos mecanizados para brincar. À primeira vista, imaginar-se-ía que ele os construiria como um robô de linha de produção, mas a realidade é bem mais interessante: o robô aprende algo novo com cada tentativa. Conforme cada geração passa, os mini-robôs que ele cria também evoluem.

Isso não é um conto de ficção científica - a pesquisa foi realizada recentemente na Universidade de Cambridge. Quem se interessar pode ler mais a respeito e conferir alguns dos modelos mais e menos eficazes no site PLoS One.

O experimento é simples: O braço robótico recebe um grupo de blocos com motores dentro e que ele pode juntar de qualquer jeito que quiser. A pequena criação, então, começa se mexer e tenta andar pela superfície de uma mesa. A "mãe" robô observa seu progresso com olhos (câmeras) diligentes, medindo sua eficiência baseado na distância que o bebê-robô percorre em um determinado tempo.

Eventualmente, as baterias do bebê vão acabar, e o trabalho do braço robótico é o de olhar, aprender e adaptar para que o próximo modelo que ele criar ande um pouco mais longe. O braço repete esse processo sem nenhuma intervenção humana. A cada geração que se passa, os traços benéficos são passados para a frente. Os bebês-robôs mais aptos continuavam iguais na geração seguinte, enquanto que os menos aptos sofriam mutações e alterações.

Vendo o vídeo, existe alguma coisa de desconfortável, fora da realidade humana, no jeito que a "mãe" assiste, estóica, sua criação se sacudindo pela mesa.

E não resta dúvida que o braço robótico melhorou suas criações com o tempo. Foram realizados um total de cinco experimentos, cada um com dez gerações de dez bebês-robôs cada (um total de 100 por experimento). Os robôs da décima geração tinham uma velocidade média de mais do dobro da velocidade da primeira geração.

"A seleção natural se resume a reprodução, seleção, reprodução, seleção e assim por diante", explicou o chefe da equipe, Dr. Fumiya Iida da Universidade de Cambridge. "É basicamente isso que esse robô está fazendo - é possível ver a melhora e a diversificação das espécies."

Apesar de não haver DNA envolvido, esse projeto ainda é relevante para a evolução. "Uma das grandes perguntas da biologia é como a inteligência se formou - e agora estamos usando a robótica para explorar esse mistério", disse Iida. "Para nós, robôs são para fazer tarefas repetitivas, e eles costumam ser desenhados para produção em massa ao invés de customização em massa, mas nós queremos ver robôs capazes de inovação e criatividade."

Claro que isso não sugere o início do apocalipse robótico, mas robôs com dons criativos e a capacidade de melhorar seus pares pode causar inquietação em algumas pessoas. No entanto, essa liberdade artística pode abrir um novo mundo em muitas áreas. Os robôs podem ser a nova era do controle de qualidade, detectando e consertando defeitos em produtos ao mesmo tempo. Eles podem até ser usados no próprio processo de criação, juntando peças de jeitos que nunca poderíamos imaginar.

Abaixo, você pode ver um clipe do robô criando e testando seus bebês:


Fonte: IFLScience
Para entender o título

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