quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Syndicate É O Escolhido, Capaz De Salvar A Franquia Ou Para Sempre Jogá-la Nas Trevas - Quinta Jogando #21


Novembro passado, a Ubisoft lançou o título que mais dividiu opiniões em sua anual franquia de ação-aventura com temática histórica. Assassin's Creed Unity parecia estar pronto para atingir um novo nível, graças, em parte, ao trabalho da Ubisoft Montreal e todo o seu marketing como sendo exclusivo para a nova geração. Infelizmente, tanto para os críticos quanto para os gamers, esta sequência se tornou um desastre completo, infestado de problemas técnicos, uma narrativa mal-contada e sérias deficiências gráficas do início ao fim.

Vamos pular agora para maio deste ano e para a revelação mundial do nono título principal da franquia. Situado na Revolução Industrial e com a possibilidade de se trocar entre os protagonistas gêmeos, Assassin's Creed Syndicate está prometendo ser o mais ambicioso e empolgante membro da franquia até agora. Será que só isso é capaz de nos fazer esquecer do quanto Unity nos desapontou? Eis a minha opinião quanto à possibilidade, ou não, do resultado final ter sucesso a longo prazo.

Para começar, muitos dos pontos a favor de Syndicate vêm dos esforços da Ubisoft Quebec para mudar a experiência em geral. A inclusão de um sistema de combate melhorado, a habilidade de roubar veículos, um gancho de escalada para subir nos prédios mais rápido e poder participar de brutais guerras de gangues, todos são conquistas importantes que não podem ser desconsideradas. A Ubisoft também decidiu retirar tanto o multiplayer competitivo quanto o cooperativo deste jogo, permitindo, assim, que os desenvolvedores se focassem apenas na campanha single-player. O multiplayer dificilmente é necessário para definir qual o valor verdadeiro de um jogo, e, pessoalmente, eu estou feliz que eles tenham decidido excluí-lo completamente dessa vez.

E a cereja do bolo de tudo isso que eu comentei é a inclusão de uma assassina mulher como protagonista, uma decisão inteligente que vai dar resultado mais para a frente. Unity recebeu muitas críticas tanto pela ausência de assassinas mulheres no modo cooperativo como pelo comentário ridículo de um empregado da Ubisoft, que disse que dava muito trabalho incluir mulheres no jogo. Evie Frye já está parecendo a solução perfeita para o problema e certamente tem o potencial de ser um personagem marcante para a franquia no final das contas.

Com tantos pontos demonstrando o potencial de Syndicate superar Unity, existem pelo menos duas grandes preocupações que podem desestimular os fãs a comprá-lo. A primeira vem do fato da Ubisoft continuar a sugar a franquia até a última gota e as pessoas estarem começando a se cansar da série como um todo. Dá para entender o desejo da empresa de criar um jogo todo ano, mas, sendo sincero, se os jogos fossem lançados a cada dois anos e pouco, os fãs teriam tempo de sentir saudade da série e ficariam ainda mais eufóricos quando ela voltasse. A Rockstar Games sabe disso muito bem, tanto que não vemos Grand Theft Auto's saindo todo ano, como Call of Duty e Assassin's Creed insistem em fazer. Talvez a Ubisoft eventualmente pense em adotar essa estratégia, mas enquanto os jogos continuarem a vender bem, eu duvido muito.


O outro ponto negativo que pode fazer mal a Syndicate é o fato que o lançamento de Unity foi muito mal planejado, e isso deixou as pessoas com uma impressão muito ruim. Como a Microsoft aprendeu, do pior jeito possível, nos desastrosos momentos que precederam o lançamento do Xbox One, as primeiras impressões são as que ficam, e uma vez que se perde a confiança e lealdade de um consumidor, é preciso muito suor e sangue para ganhá-las de volta. No caso do Unity, o jogo foi construído com pressa demais em uma engine nova, portanto teve um desempenho ruim nos consoles. A nossa esperança é que Syndicate não caia na mesma armadilha, mas isso vai ser difícil de saber até que o jogo seja lançado.

Mesmo depois disso tudo, Assassin's Creed Syndicate parece ser um jogo fantástico até agora, e eu torço muito para que os criadores acertem dessa vez. Erros acontecem com frequência na indústria dos games, portanto os desenvolvedores e distribuidores devem ter o direito de corrigi-los. Entretanto, se Syndicate falhar em seu intuito e sofrer o mesmo destino que Unity, então é a minha sincera opinião que a Ubisoft vai merecer todo a crítica que vier em seguida, e que eles deverão, então, dar o merecido descanso à franquia Assassin's Creed. Talvez, assim, eles terão a chance de melhorá-la e dar a todos nós algo legal para ficarmos ansiosos.

Fonte: CheatCC

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