quarta-feira, 8 de abril de 2015

Existem Dois Tipos de Pessoas: Os Que Admitem Ter Medo de Aranhas e Os Mentirosos - Quarta Científica #9


Fonte: Biota Bahia

Aranhas, por que aranhas? Por que não podia ser "sigam as borboletas"? Para algumas pessoas, o medo de aranhas é algo inato, não adquirido. De acordo com dois psicólogos, elas são um perigo ancestral que persistiu na evolução e que nós, humanos, somos particularmente atentos a - mesmo que não estejamos prestando atenção em mais nada que esteja em volta. Afinal de contas, nossos ancestrais africanos coexistiram com esses horrores de oito pernas por milhões de anos, e saber encontrar bichos que podiam te matar com uma picada era muito importante para a sobrevivência duradoura. Os resultados foram publicados na revista Evolution and Human Behavior ano passado.

Nosso sistema visual pode ter retido "mecanismos ancestrais" dedicados a detectar rapidamente ameaças especifícas e imediatas que tenham perdurado por nossa evolução, de acordo com Joshua New do Barnard College e Tamsin German da Universidade de Santa Barbara, Califórnia. Essas ameaças são as cobras, aranhas e humanos raivosos que não nos deixam dormir à noite. Espécimes fósseis preservados em âmbar da Steatoda, prima da nossa viajada Viúva Negra [Não, não essa, a aranha], datam de 40 milhões de anos atrás. Apesar de esse "estado de alerta biológico" ainda ser útil até hoje para reconhecer pessoas irritadas conosco, aranhas não são mais uma ameaça tão grande. Só 200 das 40.000 espécies documentadas são um risco sério para adultos saudáveis e só 200 pessoas são declaradas mortas por ano no mundo.

Então, para testar esse singelo perigo ancestral, a dupla pediu para centenas de estudantes universitários  realizarem uma simples tarefa: escolher qual de duas linhas cruzadas que apareciam em um monitor. Depois que o teste era completado algumas vezes, os pesquisadores adicionaram um objeto que aparecia por algumas centenas de milisegundos em algum lugar da tela. Essas imagens relâmpago podiam ser desde ameaças modernas (como agulhas) a criaturas que não causam medo (como moscas de fruta) e perigos ancestrais (aranhas)

Menos de 15 por cento perceberam, identificaram e puderam dizer onde estava a agulha nesses testes de "cegueira por distração". Assim como só 10 por cento encontraram a mosca, de acordo com o USA Today - eles estavam concentrados demais na tarefa para desviar a atenção. Mas, quando uma aranha ou algo com a forma de uma piscava na tela, mais de metade dos participantes conseguiram identificá-la e dizer em que quadrante ela apareceu.

"Um corpo central com segmentos em volta - esse é o gatilho dessa percepção ultrarrápida," disse New ao USA Today. "Se você estiver andando na rua e ver uma agulha e uma aranha no chão, é mais provável que você pise na agulha." E isso funciona apesar de ninguém gostar de lembrar do dia que tomou vacina.

Fonte: IFLScience

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